Limites televisivos
O Ministério Público da Bahia decidiu adotar medidas drásticas em relação ao sensacionalismo exposto em rede local pela TV Aratu (filial do SBT) e TV Itapoan (filial da Record) no horário de almoço, sendo válido pontuar que a segunda se diz evangélica. De fato, o ‘Que Venha o Povo‘ e ‘Na Mira‘ (Aratu), além do ‘Se Liga Bocão‘ (Itapoan), abusam do despudor nas imagens e conteúdos apresentados, sem quaisquer limites aos extremos da vileza humana, o que é, ou pelo menos deveria ser, descabido nos dias de hoje.

A Coisa: “Socorro! Meu Deus! Eu não quero morrer!”
O tiro certeiro foi em direção ao Na Mira, alvo de ação na Justiça requerendo sua suspensão em virtude de, mesmo tendo firmado anteriormente Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), continuar a transmitir cenas abusivas, agravando-se pelo horário altamente inapropriado. A argumentação partiu da Promotora Isabel Adelaide Moura, sempre atuante no Grupo de Atuação Especial para o Controle Externo da Atividade Policial (GACEP) e também do Promotor Almiro Sena, cuja participação já seria presumível pela transcrição na reportagem da “ladainha” de que as reportagens estariam ‘…constrangendo, ilegalmente e de forma humilhante, pessoas negras e pobres que são presas pela polícia’; até o Presidente da República adotou esse injustificado discurso segregacionista racial ultimamente — daqui a pouco será criado algum grupo especial na polícia com a missão unicamente de “caçar” arianos, de cútis albina, loiras, brancos, pessoas de olhos azuis/verdes e tez clara, querendo maquiar a realidade.

“Exclusivo! Me dá as imagens! Tira, tira, tira! Amanhã eu mostro.”
Contudo, não há de se negar que o constrangimento vexatório é patente nas descabidas entrevistas realizadas aos conduzidos, cuja transmissão da imagem, mesmo questionada pela presunção de inocência, pode ser extremamente útil para que mais vítimas reconheçam o autor de um ou mais crimes e venham a prestar depoimento, permitindo assim a reunião de mais elementos até que se chegue aos tribunais, aplicando a devida pena correspondente aos delitos cometidos. Mas a permissividade das autoridades policiais em relação à violação dos custodiados sem qualquer intenção produtiva nesses momentos é injustificável.
Tais programas, cujos apresentadores já foram formalmente premiados em solenidades militares, se dizem “amigos da polícia”, e encontram fundamentação para tal assertiva através da condecoração já citada, além do livre acesso a operações policiais e dependências de delegacias, inclusive contando às vezes com privilégios diferenciados em relação aos demais órgãos de imprensa, como uso de coletes balísticos padronizados, acesso a informações adicionais, entre outros.

Quem te viu, quem te vê…
O discurso, apresentado em meio a repetitivas sirenas, ecos e gritos enlouquecidos, costuma manifestar apoio às ações das corporações, o que é necessário diante dos ataques cegos de outros setores da imprensa, mas é preferível que se processe de modo mais formal e sério, conferindo credibilidade.
Sexo explícito, inclusive infantil, vilipêndio de cadáveres, flagrantes de execuções sumárias, derramamentos de sangue, “bafafá”, tortura, agonia de feridos, ao som de berros estardalhaçantes e alarmes frenéticos, são um convite à barbárie e o caos social. Demorou a surgir uma medida mais enérgica para o controle dos excessos, talvez como fruto da libertinagem indevidamente promovida ultimamente, sobretudo desde a égide da Constituição Federal em 1988. Não há nem o que se pensar no falatório enfadonho de censura, ditadura e restrição à liberdade nessas horas — a imposição do limite, mais do que necessária, deve trazer inquestionáveis benefícios à coletividade.

Tenente da Polícia Militar da Bahia e estudante de Jornalismo | Contato: victor_ffonseca@hotmail.com
Contato: victor_ffonseca@hotmail.com
Infelizmente desta vez não poderei concordar com o texto.Eu entendo que com tanta marcação e perseguiçaõ ao trabalho dos policiais,principalmente o programa “NA MIRA”,procura mostrar nossas ações pelo lado da policia,fala muita coisa que queremos falar mas não podemos além de mostrar apenas oq já existe,ele não inventa nada.Se for para dar limites tem que se dar sem tendencialismo e em toda a imprenssa.Kd o limite para os que so falam mal e publicam acusações infundadas da policia?Logo o ministerio publico e os direitos humanos que são tedenciosos na proteção p os foras da lei vem querer tirar quem de alguma forma enalteçe nosso trabalho.Espero que não consiguam e se conseguirem é uma pena.
Concordo plenamente que deveria haver mais espaço para divulgar as ações de sucesso da polícia na TV, o Na Mira tenta fazer isso, mas de modo um tanto espalhafatoso, limitando a audiência a um público pouco seletivo e mal instruído. Se as mesmas operações exitosas fossem transmitidas com um caráter formal, revestidas nos padrões jornalísticos, a credibilidade e o alcance seriam melhores onde se espera/precisa.
Concordo com o texto, creio que ha limites para o exibicionismo da realidade que nos cerca. Nao eh possivel compactuar com cenas de pessoas mutiladas, mortas, ensanguentadas. Nao tenho filhos, mas a exibicao desse tipo de programa nesse horario compromete totalmente o equilibrio mental de uma criança que liga a tv. Devemos valorizar programas que valorizam a policia sim, mas ha meios de diferentes de se fazer isso, sem explorar a barbarie humana em seu apice.
Acho bem oportunas as colocações feitas no texto, o que temos visto é a banalização da barbarie, onde pessoas, na sua grande maioria negras e socialmente desfavorecidas, são expostas como “troféus da sociedade” na luta contra a crescente violência. Sem falar que é um horário bastante acessível para nossas crianças, que através das cenas expostas nesses programas, assimilam como normal a violência e como natural uma resposta pautada na brutalidade a esta violência.
A veiculação da imagem dos suspeitos pode ser útil no reconhecimento por parte de algumas vítimas ajudando na elucidação do crime e na reunião de provas, como acontecia com o programa Linha Direta exibido pela Rede Globo, que frequentemente resultava na prisão de muitos foragidos da justiça.
Porém, as atuações hollywoodianas de algumas autoridades policiais exibidas nos programas podem ganhar pontos de audiencia para as emissoras televisivas, mas não garantirão para as instituições policiais a credibilidade perante a sociedade nem a legitimação esperada para suas ações de segurança pública.
Impagável essa frase embaixo da foto de Zé Eduardo hehe
acho que, se quisessem relamente informar a população e servir de porta-voz das necessidades do povo com responsabilidade não precisariam nem mudar tanto o formato de seus programas, por têm sua utilidade, bastava cortar a maneira sensacionalista como abordam as reportagens e deixar de exibir as imagens brutais que pegam na internet, evvitar também aquelas matérias no estilo do quadro do programa de boão “bafáfá”, assim informariam e teriam muito mais utilidade à população.
esses dois programas da televisao baiana, veio tao somente enfatizar a realidade que a nossa sociedade esta cansada de ver e sofrer o aumento crescente da violencia e autoridades emprestaveis inerteis.Agora já estamos de saco cheio do ministerio publico com seus almofadinhas sempre defendendo essa vagabundagem que aterroriza o cidadao de bem esse promotor nao muda o disco de que a policia so prende preto e pobre,ora a Bahia tem 80% de negros na sua populacao, eu também faço parte desse percentual.O que percebe-se e que este promotor tem uma verdadeira apatia por policiais e o mesmo nao perde uma oportunidade para externar .
Sua sociedade é decadente; sua justiça, corrupta; sua democracia, fraudada. Estado democrático de direito uma ova.
O Almiro Senna é um habitué da TV Itapoã e, por isso, abriu fogo contra o sucesso de audiência que representava o Na Mira, da concorrente TV Aratu. Em tempo: a Itapoã contratou o tal Zé Bocão Eduardo a peso de ouro e, com o sucesso do programa apresentado pelo Uziel Bueno, percebeu que o investimento não compensou.
http://www.democracia-fraudada.com
este é o site. Que bom q vcs não liberam postagens sem censura. Assim, posso divulgar meu site. 🙂