Os desafios do novo Comandante da PMBA
Hoje, solenemente, o Coronel PM Alfredo Braga de Castro assumiu o Comando da Polícia Militar da Bahia, instituição com cerca de 30.000 homens, cada um deles com anseios profissionais próprios, e todos eles ansiosos para conhecer as diretrizes e princípios que caracterizarão os próximos tempos na PMBA.
Ouve-se aqui e ali que “nada mudará”, que as dificuldades irão permanecer as mesmas. Mas basta que o novo Comandante cometa um erro para que a histeria comece, e digam: “Este comandante não é bom. Se fosse outro, agiria diferente. Isto é algo tão simples de resolver…”. Escolhamos: ou é possível ou não é possível evoluir.
Sabemos também que o comandante apenas, sozinho, não fará muito. Quanto melhor for sua equipe, quanto melhor adequar as funções às aptidões, melhores serão os resultados. E mesmo assim, compreendemos, nem tudo será perfeito.
Mas é possível entrar para a história. A Polícia Militar da Bahia está inserida numa dinâmica complexa, no turbilhão de causas e efeitos existentes na segurança pública. E a própria PMBA possui também suas idas e vindas, sempre sujeitas às cobranças políticas e sociais. Neste ambiente multifatorial, exige-se coragem, desprendimento e habilidade dos que se propõem como lideranças ativas.
Na PMBA não são poucos os desafios, embora certamente não tenha faltado boa vontade em outros comandantes – que não podem, individualmente, serem responsabilizados por rumos equivocados, alguns deles problemas crônicos enfrentados pela corporação atualmente, mas que se originaram de perversões de anos atrás, décadas. E mesmo que esse tipo de condenação seja possível, o que importa agora é o que está por vir, é não permanecer errando.
A primeira questão que precisamos enfrentar se refere à educação, sempre descuidada em nosso país, nas diversas áreas profissionais. Se o policial que queremos é humano, comunitário, negociador e pacificador, precisamos ressaltar incondicionalmente tais aspectos em nossa formação. As Escolas de Formação de Praças e a Academia da Polícia Militar precisam de estrutura física, pessoal e cultura de formação (formal e informal) adequadas a este ideal de policial.
A formação condicionante, pautada num imaginário dum policial rígido e objetivo, ignorante das dimensões humanas subjetivas, carente de habilidades de negociação, não é o policial que vemos na rua, que felizmente e aos poucos aprende alguma flexibilidade e se distancia do limitado ideal de comando e controle. E não podemos esquecer, naturalmente, da técnica indispensável para a sobrevivência – o tiro policial, a defesa pessoal, a técnica de abordagem, o preparo físico etc.
Por outro lado, é preciso pensar na correção das condutas. A corrupção policial desmoraliza e tira a credibilidade da instituição, assusta a grande maioria de policiais honestos, desmotivando-os e intimidando-os. Se as perversões ocorrem em níveis estratégicos o absurdo se aprofunda, o exemplo, base da hierarquia e disciplina, é estraçalhado e anulado.
Ainda falando de política correcional, precisa-se admitir que a detenção enquanto forma de punição para desvios disciplinares é ao mesmo tempo indigna e ineficiente. O direito de ir e vir é caro à democracia, e apenas crimes com alguma gravidade devem ser penalizados com o cerceamento a este direito. Quando desvios funcionais de servidores públicos são punidos com detenção, a Administração Pública apenas “se vinga” do faltoso, que sente mais pela perda da contagem do período de licença prêmio do que por outro motivo. Extinguir a punição de detenção seria uma demonstração clara de valorização da imagem e integridade do policial, e um indicador de preocupação com a eficiência das punições, que deveriam ser realizadas via outro mecanismo.
Um terceiro ponto é a valorização profissional através do incremento da carreira. É inconcebível que tenhamos em nossos quadros servidores com mais de vinte anos de carreira, boa parte deles sem sequer uma punição durante sua vida profissional, ostentando a mesma graduação de início. Ajustar as carreiras é um tremendo desafio, mas é inadiável promover nossos soldados a cabos/sargentos, ou, novamente, como haveremos de exaltar a hierarquia da instituição?
O Quadro Complementar precisa ser iniciado, aos poucos, pelo menos. Comecemos por selecionar e empregar policiais psicólogos em unidades como as CIPT (RONDESP), que vivem uma rotina de estresse e traumas. Empreguemos comissões de administradores nos Comandos Regionais, para assessorar os comandantes no diagnóstico, planejamento, monitoramento e avaliação das ações, intensificando a gestão inteligente da atuação policial.
Também é preciso ouvir. A tropa precisa de ouvidos, mesmo que a curto prazo as lamentações não tenham resoluções. Os administrados precisam saber sobre o rumo das coisas, precisam sentir-se parte de uma equipe, sem boatos. Ferramentas não faltam para a interação e diálogo.
Para alguns, essas humildes sugestões e reflexões parecerão pouco. Para outros, parecerão muito. Os primeiros enfatizam apenas os fins, a urgência de melhoria. Os últimos enfatizam os meios, as inúmeras atribuições e burocracias próprias da função de comando. Para este autor, dono de apenas um entre os 30.000 modelos de PMBA existentes na corporação, tais princípios iniciariam uma caminhada histórica, a ser desenvolvida por quantos sejam os comandantes vindouros. Salvo melhor juízo do novo Comandante Geral, a quem ofereço minhas esperanças e disposição profissional.

Cofundador do Abordagem Policial, Oficial da Polícia Militar da Bahia e associado ao Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Contato: abordagempolicial@gmail.com
Espero que o novo CMT Geral faça um ótimo trabalho.
Igualmente estou às ordens, afinal, mais do que em dossiês ou “envenenamento prévio”, creio na chance a ser oferecida de confiança até o ponto em que eventuais decepções superem a esperança.
Resumiria os anseios a duas ações: cobrar os deveres e respeitar os direitos, cumprindo as leis.
E fugindo rapidamente do assunto, reconheço a elevada qualidade das ilustrações do blog, cada vez melhores – só que nessa pegou mal o sorrisinho da colega, hehehe!
Parabenizo o autor pelo texto, o qual destaca alguns pontos fundamentais para os policiais. Como foi dito, existe muito a fazer na PMBA. Espero como a maioria dos colegas que o novo CMT faça um ótimo trabalho e esteja “aberto” para as mudanças, penso que ele tem no subcomando alguém que pode contribuir muito com ele. Tenho dito “como o professor é para educação o policial é para segurança pública” sem a valorização destes não teremos uma educação pública de qualidade e nem uma polícia a qual a sociedade anseia.
Gostei do editorial referente a parte do plano de carreira, isso é valorização profissional e também aumento de salário, se vc promove o Sd a CB e esse a SGT, pouco ou muito a um ganho R$, e você cria a sensação de elevação da alta estima, queira ou não um Sd com 15 anos de serviço sendo Sd, fica difícl de digerir esse fel, mas vamos aguardar, é preciso que o novo Cmt Geral, realmente ouça a tropa, a tropa é composta de oficiais e praça e todos tem as sua aptidões, virtudes e defeitos, mas todos são úteis no processo da melhoria da segurança pública.
Soluções? existem inúmeras, o que não existem são pessoas comprometidas em utilizá-las. Por isso na briosa nada sai da teoria.
Espero que o novo cmt geral cumpra a liminar concedida pela juiza da 6ª vara que suspende e imediatamente distribui os alunos do curso de sargentos, que foram compelidos a cursar em Salvador, descumprindo, dessa maneira, o edital que previa claramente que os alunos cursariam em suas respectivas regiões.
Que Ele cumpra lei!!!Boa sorte pra nós,os praças da PMBA.
Que diferença faz quem vai comandar a pm. quem comanda mesmo é a secretária.
Carreira única na PMBA, mesmo com as atuais péssimas condições de trabalho, tendo um plano de cargos e salários, TODOS e não uma meia dúzia, seria valorizada dentro da Corporação, deixaríamos de ser engenho velho e senzala, para sermos uma Polícia Militar amada e respeitada verdadeiramente por TODOS os seus integrantes.
uma ótima explanação de como melhorar a corporação, partindo-se da genalogia dos problemas.
Gostaria que divulgasse o nosso sofrimento no curso de formação de sargentos 2011< cfap, ondina, Salvador-ba.Ocorre, que em descumprimento do edital, a PM BA, nos colocou aqui em salvador, com interesse de empregar os alunos do interior em eventos, como no caso do BA-VI, sem condições estruturais na escola, sem janta, sem aulas, sem grade curricular,sem alojamentos dignos, sob os cuidaos de um capitão pm intolerante, que nos trata como se fossemos alunos-soldados, nos pressionando todo o tempo para que desistamos do curso e que tratemos futuramente aos soldados com indiferença. Desde o ínicio do curso, 18/04/2011, estamos sofrendo, muitos de nós do interior já desistiram e outros agurdam o cumprimento por parte da pm, de uma liminar concedida para que o curso fosse imediatamente suspenso e feita a distribuição conforme reza o edital do certame.Realmente não sei quanto tempo suportarei esta pessima situação, afinal sou pm a 17 anos e achava que aprovado neste concurso minha vida melhoraria, ao contrário do que aconteceu, pois , no momento estou impedido de estudar,de ver minha fámilia, e gastando o que não tenho por conta da falta de estrutura do CFAP-ONDINA. Através deste desabafo, sinto-me mais confortavel e mais confiante que tudo dará certo, e que as nossas autoridaes institucionais reparem o grave erro que cometeram. DEUS ESTÁ CONOSCO. ALUNOS SARGENTOS PM BA 2011-CFAP-ONDINA -SALVADOR-BA
nao tinha a menir ideia disso , porreta , quer dizer que os caras lançam um edital, dizendo que o curso tambem seria no interior, e ignora o propio edital deles ?é isso mesmo , rapaz como pode isso, falta de….
Que o novo cmt Geral olhe pelos praças formados em 2010.. pois com com quase dois anos nada de férias… com mais de 8 meses de formado nada de distribuição.. cumprindo P.O amargo todo santo dia… sucesso e sorte à ele!
a tropa precisa ter um reestímulo..
o desafio: se manter no cargo para ir para a reserva cm odos os beneficios
[…] Redação ChicoSabeTudo Fonte: abordagem policial Compartilhe […]
È DANILO SUAS SUGESTÕES SÃO AO MEU ENTENDER, REVESTIDAS DE BOAS INTENÇÕES E RESGATE DA JUSTIÇA SOCIAL PARA COM OS INTEGRANTES PRAÇAS DA PMBA. CONTUDO, TALVEZ VEJAMOS SEREM IMPLEMENTADAS QUANDO VC CHEGAR AO ALTO ESCALÃO (SE NÃO MUDAR AS CONVICÇÕES). POR QUE COM OS DINOSAUROS EXISTENTES NÃO A PROGRESSÃO NENHUMA A VISTA PARA AS PRAÇAS. SEM UM MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO QUE CONVULCIONE OS POLITICOS E A SOCIEDADE, PENA QUE VITIMARÁ COMO SEMPRE, ALGUNS DE NÓS.
Caro Al Sgt Jorge, infelizmente, só tenho a te dizer que o que vcs estão vivendo aí não é diferente do que fosse num CFO…
A PM muitas vezes quer fazer tudo na marra, sem a mínima estrutura, desrespeitando totalmente a pessoa do ser humano.
Estou torcendo que tudo dê certo para vcs, que o curso de formação seja descentralizado para, como está no edital, todos possam estar cursando na sua própria região. Um abraço aos Al Sgt Vicente, Girnânvio, Sitael, Rafael, e caso tenha esquecido alguém, aos policiais militares da 76ª CIPM/Juazeiro.
O QUE ADIANTA COMANDO GERAL SE ELE SÓ SERVE COMO MARIONETE NA MÃO DO GOVERNO. ESQUEÇA MELHORAS PELO COMANDO PQ O GOVERNADOR NÃO ESTÁ NEM AI PARA SEGURANÇA PÚBLICA.
E continuamos esperando a distribuição dos novos soldados da PMBA que são jogados de lá pra cá no eventos da cidades.
e os aprovados que estam na espera do concurso pra soldado de 2008 vão ser chamados ou não ?
o comadante geral da pm ba nao deveria ter medo de promever seus sulbalternos pois ele quem governa esta milicia brilhante que e para vida toda e nao so 4 ou 8 anos comadante o senhor e o governador desta brilhosa
gostaria que promovesse os sd pm de 20 ano de servico a cb pm e nao os de 25 ano de servico a
Pesso que seja desido qual o destino dos policiais que estavam no mandato eletivo de vereador em 2010 quando a Lei foi aprovada, que não foram beneficiado e só o que exercia mandato estadual caso como o do Cap. Fábio que retonou, beneficiando da propia Lei.
É bom lembrar, que recebo percentual de sálario e que estou apto para o trabalho.